Desaforismos Pessoais
"Um miúdo não tem que passar por isto", pensava ele sobre si...
Ver o seu herói parecer uma sombra de pessoa era mais do que ele conseguia aguentar...Eram 16 anos...Com essa idade devia andar a sair com amigos, a divertir-se...Mas estava ali, acabado de sair do tratamento de radioterapia com ele...
Mal saiem, primeiro ponto negativo...O Pai tropeça no passeio e mesmo agarrado a ele, cai no chão...A vontade de chorar era imensa, e a preocupação desmesurada...
Levanta o pai, mas o olhar do seu herói parte-lhe o coração...O olhar de quem se sente envergonhado, de quem quer e não pode...
Vão a um café pois o Pai precisa de ir ao WC...outro ponto a não esquecer nunca...a cara de ainda maior vergonha e embaraço quando nem uma necessidade básica consegue efectuar como deve de ser...
Tinhas defeitos, temo-los todos...Mas não merecias um final assim...
Seres desprovido assim das funções mais básicas, de poderes colocar um sorriso nos lábios dos outros como sempre o fizeste...como me ensinaste a fazê-lo...ou pelo menos a tentar...
Sei que a partir deste dia fui mais homem, por causa de ti...Infelizmente não como queria
E lembrei-me disto tudo por ter ouvido apenas uma música...Quando pensamos que já ultrapassámos barreiras...assim de repente elas reaparecem...
Até um dia Pai! Adoro-te...